O que o ChatGPT tem de ouvir
A Inteligência Artificial na escrita, na literatura e no mercado editorial
Na newsletter da semana, uma pesquisa mostra quais são as principais solicitações dos usuários para o ChatGPT, com destaque para a produção de fanfics, poemas e roteiros – com uma porcentagem significativa, 7%, de tentativas de produção de conteúdo erótico. E mais: a crise existencial dos College Writing Centers nas universidades norte-americanas, o repórter flagrado usando IA para inventar citações, as preocupações indianas com a traduções, além das amostras de inteligência humana que estão pensando o momento que atravessamos.
Notícias da semana
As pessoas usam principalmente IA para ajuda com a lição de casa e fazer ficção erótica. Pesquisadores do Allen Institute for AI analisou 200 mil conversas em inglês com o ChatGPT, mostrando que 20% das solicitações dos usuários foram para geração de fanfics, poemas e roteiros. A ajuda com a lição de casa ficou em segundo lugar, com 18%. No geral, 7% das conversas foram tentativas de fazer os chatbots produzirem conteúdo sexual. Para ver mais interações, consulte aqui. Na Vice
Os chamados College Writing Centers, tradicionais nas universidades norte-americanas, estão divididos entre experimentar as novas ferramentas de IA para a escrita, a fim de desenvolver um letramento na área, e o temor de que elas podem decretar o fim desses centros de aprendizado em escrita. No EdSurge
Repórter de Wyoming é flagrado usando inteligência artificial para criar citações e histórias falsas. Aaron Pelczar, ex-jornalista do site de notícias Cody Enterprise, admitiu ter usado IA nas reportagens. O site diz que descobriu posteriormente que sete matérias que tinham citações geradas por IA de seis pessoas, incluindo aspas do governador do Estado. No Rochester First
No Festival de Literatura Livro Brahma: Alma do Sul, realizado na Índia, o tom preponderante entre os escritores participantes foi de rejeição às “traduções desleixadas de IA, que estão perpetuando preconceitos, ao mesmo tempo que retiram contexto das obras.” No The Print
Um estudo revela que a grande maioria das editoras acadêmicas não possuem uma política para o uso de IA por pesquisadores. Entre 163 membros da Associação Internacional de Editores Científicos, Técnicos e Médicos (STM), apenas 56 possuem diretrizes sobre se os autores podem enviar artigos escritos por chatbots. Desses, 49 exigem que o uso seja declarado. No c&en
Como a Wikipédia é atualizada pela comunidade em tempos de ChatGPT? Miguel Ángel García, sócio da Wikimedia España, diz que boa parte da equipe de voluntários de moderação já aprendeu a identificar quando um conteúdo publicado foi feito com IA generativa. No tecmundo
Inteligência natural
Narrativas de IA: uma perspectiva da cultura literária chinesa clássica. Como a cultura milenar chinesa pode mostrar outra perspectiva sobre as possibilidades da IA, numa visão diferente da do Ocidente. No Berggruen Institute
Os computadores podem criar? Uma breve história da ambição artística mecanizada. Mark Graham, Callum Cant e James Muldoon consideram as possibilidades criativas e os limites da IA. No Literary Hub
Como saber se o que você está lendo foi escrito por IA. Uma série da LifeHacker está explorando seis tipos diferentes de mídia geradas por IA, destacando as peculiaridades, subprodutos e características comuns que podem ajudar as pessoas a saber a diferença entre conteúdo artificial e conteúdo criado por humanos.
Reagindo à IA: o que Marshall McLuhan diria? Rejeitar a tecnologia ou tentar domesticá-la? Quem responde é Jaqueline McLeod Rogers, especialista na obra de McLuhan, em uma entrevista feita por Sarah Krichel para o The Tyee
O impacto na IA na poesia. Uma entrevista com Dan Power, fundador da AI Literary Review, uma revista de "nova poesia, criada por humanos usando inteligência artificial”. No Indiependent
Seu artigo foi usado para treinar um modelo de IA? É muito provável que sim, afirma Elizabeth Gibney em um texto para a Nature
A IA remodela a literatura antiga e moderna. “Literatura e tecnologia podem e devem coexistir como veículos de expressão humana", diz Evrin Agaci
Por que me transformei em um chatbot de IA. “Muitos estudiosos detestam a IA generativa, mas ela tem um imenso poder de despertar a curiosidade intelectual dos estudantes, desde que os acadêmicos realmente a adotem, diz John Kaag, co-fundador do Rebind, já comentada por aqui. No Times Higher Education
Um bibliófilo enfrenta a Big AI. Como o jornalista, escritor e bibliófilo Nick Basbanes – que processa a Microsoft e a OpenAI – encara as novas tecnologias, num texto de Kevin Lind para o Columbia Journalism Review